Quantcast
Channel: Biomedicina Padrão
Viewing all articles
Browse latest Browse all 795

Biomedicina e Anatomia Patológica

$
0
0

Estudar doenças é o objeto da Patologia, não em toda sua amplitude, extensão e complexidade, mas segundo determinados aspectos. A Patologia envolve-se com a etiologia (estudo das causas), a patogênese (estudo dos mecanismos pelos quais surgem as lesões e doenças), as lesões morfológicas (macro e microscópicas) e as repercussões das doenças, sobretudo suas consequências e complicações, e a fisiopatologia, significando esta as alterações funcionais que aparecem em um órgão, em um sistema ou no indivíduo todo quando nele existe uma doença.

A Anatomia Patológica estuda as alterações da morfologia dos órgãos, dos tecidos e das células nas diversas doenças. Compreende duas partes a Macroscópica e a Microscópica. Desempenha um papel fundamental, participando no diagnóstico, prognóstico, orientação terapêutica e identificação de risco relativos a vários tipos de doenças.


Macroscopia. Imagem: Hospital de Santa Maria, Portugal

Macroscopia

A macroscopia é a descrição das alterações dos órgãos examinados a olho nu. Nessa etapa, todas as dimensões da peça são descritas, assim como todas as alterações visíveis em tamanho, coloração, etc. A autópsia ou necrópsia são exemplos de Anatomia Patológica Macroscópica.

Microscopia

A microscopia consiste na confecção de preparados histológicos de fragmentos de órgãos retirados durante necrópsias ou cirurgias, para serem examinados e estudados ao microscópio. Por isto, esta parte da Anatomia Patológica também é chamada de Histopatologia.

Na prática médica costuma-se retirar cirurgicamente fragmentos de tecidos e enviá-los ao Anátomo-Patologista para esclarecer ou confirmar um diagnóstico. Isto é chamado de Biópsia.

A biópsia foi um termo introduzido na medicina por um dermatologista francês, Ernest Besnier (1831-1909). Hoje se usa com frequência a punção de um órgão que se julga alterado, o que corresponde a uma biópsia. É a biópsia aspirativa por agulha fina. O esfregaço do produto resultante desta punção é preparado e examinado ao microscópio. Esta prática constitui a Citopatologia. A biópsia constitui um método de exame de notável valor para o diagnóstico e se tornou quase uma rotina na prática médica.

 
Imagens: Laboratório de Histopatologia e Imunohistoquímica, Faculdade de Odontologia da UNICAMP

Imunohistoquímica

A imunohistoquímica é um método de análise dos tecidos via microscópio, buscando identificar características moleculares das doenças. Tem diversas aplicações, como o diagnóstico de doenças inflamatórias, infecciosas e neoplasias. Também é muito importante para determinação de fatores preditivos e prognósticos no câncer.

O que o Biomédico pode fazer

De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina o biomédico especialista em Anatomia Patológica pode realizar:

  • Macroscopia, microtomia, diagnósticos histoquímicos e imunohistoquímicos, firmando os respectivos laudos;
  • Técnicas de biopsia de congelação;
  • Técnicas de necropsia, diagnóstico molecular, firmando o respectivo laudo; e
  • Processamento das amostras histopatológicas.
  • Mercado de Trabalho

    Por causa da baixa procura pelos profissionais, principalmente para a área macroscópica, há sempre vagas de emprego disponíveis. Segundo minha amiga, Aline Fernanda, biomédica que trabalha no Laboratório de Anatomia Patológica da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, quem escolhe essa área não fica sem emprego. Atualmente ele trabalha com a macroscopia, mas também já trabalhou com imunohistoquímica no Laboratório de Anatomia Patológica do INGOH. O salário fica em torno dos dois mil reais, para uma jornada diária de meio-período, ou seja, você pode ter dois empregos e dobrar sua remuneração.

    Com informações de Faculdade de Medicina da UFMG, Laboratório Cedap, CFBM, Hermes Pardini, FOP-UNICAMP


    Viewing all articles
    Browse latest Browse all 795